Encontro Mundial dos movimentos populares
O Papa Francisco mostrou para todos que o dever de ser o líder da igreja católica, não o impede de saber e de falar com propriedade sobre os problemas políticos e sociais.
O pontífice ainda enfatiza, “a reforma agrária é, além de uma necessidade política, uma obrigação moral”.
Não se pode tratar do agronegócio como qualquer outro, esse mercado afeta diretamente a todos. Não só aos mais pobres e necessitados, todos nós sofremos com o aumento das taxas, mas isso faz com que milhões sofram e morram de fome.
O que mais preocupa o santo padre em questão à reforma agrária, é a erradicação de muitos camponeses que acabam deixando suas terras, o pior de tudo, é que não as deixam porque são obrigados ou por desastres naturais. E sim pela apropriação de suas terras, os maus cuidados com o arado, o uso de agrotóxicos inadequados e o desmatamento e apropriação da água em suas posses. Francisco ainda completa dizendo, que o modo de vida rural pode estar em decadência, ou até mesmo extinção, uma vez que, “essa dolorosa separação, que não é só física, mas também existencial e espiritual, afeta a vida da maioria dos camponeses.
A moradia também foi um ponto importante que o Papa Francisco levantou. Ele defende piamente a ideia de “Uma casa para cada família” e ainda denuncia esse modelo de cidade em que uma minoria feliz é beneficiada por prazeres e bem estar, mas aos nossos vizinhos é negado um teto descente, onde até crianças se encontram sozinhas pela cidade e chamamos segundo o papa, “elegantemente, de pessoas em situação de rua”.
Francisco tocou em pontos realmente importantes e cruciais para a ascensão de qualquer cidade que se preze, em respeito a cidadania e qualidade de vida. O Papa termina se referindo à dimensão do trabalho e diz que “não existe pior pobreza material do que a que não permite ganhar o pão e priva da dignidade do trabalho”.
Colocar o lucro acima do homem, proporciona uma situação um tanto quanto egoísta em relação aos direitos humanos. Ao fazer isso é o mesmo que dizer que fazemos parte de uma cultura de descarte, onde ser humano é um bem de consumo, que é possível ser usado e logo descartado. O desemprego e as condições precárias de trabalho são o reflexo dessa afirmação do pontífice.
O encontro mundial dos movimentos populares de diversas partes do mundo, ocorreu entre os dias 27 e 29 de outubro e tem por objetivo elaborar uma síntese da visão dos movimentos populares em torno do crescimento da desigualdade social e o aumento da exclusão da terra, do teto e do trabalho. Pontos onde o Papa Francisco mostrou toda sua indignação e aqui terminamos dizendo com suas palavras, A reforma agrária é, além de uma necessidade política, uma obrigação moral”.